segunda-feira, 4 de junho de 2012

Atividade física no idoso


A actividade física é fundamental para uma vida saudável

Esta deve ser realizada assiduamente por todas as pessoas inclusive as pessoas de idade avançada porque só lhes traz benefícios, desde que esta prática seja bem orientada por pessoal especializado.

Como podem ver de seguida, apresentamos alguns benefícios que o idoso pode retirar da prática desportiva regular. Esses benefícios vão desde aspetos físicos, psicológicos, sociais e cognitivos.

Benefícios da actividade física no idoso:


  • Óptimo meio de socialização e de integração;
  • Preenche o tempo livre do idoso;
  • Contribui para a continuidade na formação;
  • Desenvolvimento da sua personalidade;
  • Melhoria e qualidade de vida à medida que se envelhece;
  • Estimula o organismo: à medida que idade avança, o organismo aceita facilmente o sedentarismo;
  • Melhoria de capacidades físicas;
  • Promoção e melhoria da auto-eficácia, autoconceito, auto-estima, humor, imagem corporal satisfação com a vida, felicidade e qualidade de vida em geral;
  • Melhoria das funções cognitivas;
  • MAIOR LONGEVIDADE.



No entanto é preciso ter em atenção que o exercício praticado não será o mesmo que um jovem pratica. Exercícios para a terceira idade são por exemplo pequenas caminhadas, hidroginástica, algumas aulas de ginástica ou mesmo aulas para pessoas da terceira idade adaptadas para tal. Poderão ver mais concretamente o leque de actividades que se podem fazer com os idosos no vídeo que no fim disponibilizamos.


Actualmente apenas 3% dos idosos é que praticam assiduamente uma actividade física e 60% não tem impedimentos para tal. Ou seja muitos idosos não praticam por sua opção, devido ao sedentarismo, aos maus hábitos, a depressões, ao isolamento, etc.

Mas então o fazer para que estas pessoas comecem a praticar exercício físico?

    Com esta idade as únicas pessoas que estes adultos especiais dão ouvidos são aos médicos. O médico pode dizer o que ele quiser que o utente vai realizar ainda no próprio dia. Logo se o médico diz que era conveniente a prática de exercício físico, essa pessoa vai começar a fazer algo, nem que seja umas caminhadas no final do dia. Depois se tiver mais interesse pode inscrever-se em aulas para terceira idade.



Nestas aulas o idoso vai encontrar outra motivação, talvez mais importante que a saúde, que é a interacção com outras pessoas da mesma idade, evitando o isolamento e incentivando o convívio social.





domingo, 3 de junho de 2012

O desenvolvimento moral segundo Kohlberg

          Apesar das suas limitações, o método que consistia em apresentar verbalmente a crianças e jovens dilemas morais continuou a ser posto em prática nos Estados Unidos por vários psicólogos, tendo sido especialmente utilizado por Kohlberg que o aplicou a uma faixa etária mais abrangente que a de Piaget e numa escala mais ambiciosa.
          Para Kohlberg, os princípios morais são sobretudo construções racionais do sujeito em interacção social. O autor defende que a moralidade é sobretudo um assunto da razão. A essência da moralidade reside no sentido de justiça e não tanto no respeito pelas normas sociais ou morais; tendo mais a ver com questões de igualdade e de reciprocidade nas relações humanas. Em síntese, a moralidade é o respeito pelos princípios morais que podem ser universalizáveis, ou seja, extensíveis a todos, sempre e em quaisquer circunstâncias.


Neste link, apresentamos os vários dilemas de Kohlber:


          Com base nestas questões e dilemas, Kohlberg postulou três níveis de raciocínio moral cada um deles subdividido em dois estádios, perfazendo um total de seis estádios. Kohlberg formulou a hipótese de que em todas as sociedades os indivíduos progrediriam ao longo destes estádios de forma sequencial (não “saltariam” estádios, nem regrediriam). Formulou igualmente a hipótese de que cada indivíduo se sentiria atraído pela forma de raciocínio imediatamente superior à sua na escala mas que não conseguiria compreender os raciocínios situados em mais de um estádio acima.
          Cada um dos três níveis (nível pré-convencionalnível convencional nível pós-convencional) reflecte uma determinada filosofia, ou orientação moral e um certo modo de distinguir, coordenar e hierarquizar diversas perspectivas ou valores em confronto. Cada um dos níveis, está dividido em dois estádios, sendo que o segundo estádio de cada nível é moralmente mais avançado que o anterior (mais próximo, do ponto de vista moral, racional, universal, de idade; cognitivamente mais complexo do anterior porque diferencia e integra perspectivas de um ponto de vista cada vez mais geral e abstracto).
          Na teoria de Kohlberg, é o raciocínio perante um dilema moral, que está subjacente à resposta de uma pessoa e não a resposta em si mesma que indica o estádio de desenvolvimento moral. Se o raciocínio se baseia em factores similares, duas pessoas, que dão respostas opostas, podem estar no mesmo estádio.

Teoria Psicossocial de Erikson

Erikson apresenta uma teoria de desenvolvimento psicossocial com os seguintes pressupostos:


   A energia que orienta o desenvolvimento é essencialmente de natureza psicossocial, ou seja, valoriza a interação entre a personalidade e o meio social;
   O desenvolvimento é um processo contínuo que se inicia com o nascimento e se prolonga até ao final da vida;
   Em cada estádio manifesta-se uma crise que consiste num conflito que deve ser resolvido, sendo que existe uma solução positiva e negativa;
   As crises são resolvidas de forma positiva-> equilíbrio e saúde mental e aquisição de uma virtude;
    As crises são resolvidas de forma negativa -> desajustamento e sentimento de fracasso;
   Conceito de virtude: ganho psicológico emocional e social que se pode traduzir por um valor, característica de personalidade, competência, qualidade pessoal ou por um sentimento.


Os estádios de desenvolvimento


Erikson defende que o desenvolvimento psicossocial evolui em oito estádios, sendo que cada estádio tem em conta aspetos biológicos, individuais e sociais.
Como podem ver no quadro seguinte os primeiros quatro estádios decorrem no período de bebé e da infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice. A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estádios, e o sentido desta negociado na adolescência evolui e influencia os últimos três estádios.

Erikson dá importância ao período da adolescência, devido ao facto de ser a transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos relevantes para a personalidade adulta.

Cada estádio contribui para a formação da personalidade, sendo por isso todos importantes mesmo depois de passar por eles. Como cada criança tem um ritmo cronológico específico, não se deve atribuir uma duração exata a cada estádio.

O quadro seguinte resume os oito estádios de desenvolvimento psicossocial, a idade aproximada pela qual o individuo passa por cada estádio, bem como a crise que se vive e as duas vertentes possíveis na resolução dessa crise. Salienta também as várias virtudes que se podem adquirir em cada estádio.




Como profissionais do desporto e, tendo em conta, que o nosso dia á dia passa por lidar com crianças e jovens temos de saber lidar com essas crianças e jovens tendo em atenção sempre o estádio de desenvolvimento onde estas se encontram e agir em conformidade com isso. Expomos seguidamente alguns exemplos disso:

ü  No primeiro estádio – confiança/desconfiança a criança adquire ou não uma segurança e confiança em relação a si próprio e em relação ao mundo que a rodeia, através da relação que tem com a mãe. Por isso quando lidarmos com recém-nascidos temos de ter a noção que a criança pode desenvolver medos, receios, sentimentos de desconfiança que poderão vir a refletir-se nas relações futuras;

ü   No segundo estádio – autonomia/ vergonha e dúvida a criança sente ainda necessidade de proteção, mas simultaneamente, gosta de experimentar. Por isso, sente-se bem ao exercitar e desenvolver as suas capacidades motoras: correr, puxar, empurrar, segurar, largar. Por isso devemos estimular a criança a fazer as coisas de forma autónoma, não sendo alvo de extrema rigidez para que a criança não fique com sentimentos de vergonha;
ü  No terceiro estádio – iniciativa/culpa a criança experimenta diferentes papéis nas brincadeiras em grupo, imita os adultos e tem uma preocupação com a aceitabilidade dos seus comportamentos, desenvolve capacidades motoras, de linguagem, pensamento, imaginação e curiosidade. Devemos por isso valorizar a sua iniciativa e nunca o contrário se não a criança vai sentir-se culpada e insegura;
ü  No quarto estádio – indústria/inferioridade a criança faz grandes aprendizagens, a nível académico e social desenvolvendo esquemas cognitivos para se tornar excelente nas tarefas desempenhadas. Quando a criança sente-se menos capaz do que os seus pares, sente-se inferior. Por outro lado se for bem-sucedida e acreditar nas suas capacidades e no seu valor pessoal, empenha-se comprazer no trabalho. Portanto, é importante que nós estejamos atentos ao sucesso da criança nas aulas e valorizá-lo agindo de forma a que a criança se sinta integrada na escola.
ü  No quinto estádio – identidade/confusão de identidade o adolescente precisa ter mais afetividade e não a encontra em casa, pelo que vai procura-la na escola, através dos grupos de amigos, ou mesmo nos professores. Neste sentido é importante a nossa presença pois é aqui que o adolescente adquire uma identidade psicossocial, identidade essa formada a partir dos outros que o rodeiam.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Piaget e o desenvolvimento cognitivo



Jean Piaget (1896-1980) foi um psicólogo e filósofo suíço, conhecido pelo seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Piaget passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando o seu processo de raciocínio. Os seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Pedagogia.

Defende uma perspetiva construtivista do desenvolvimento cognitivo, segundo a qual as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio.

Alguns conceitos da teoria de Piaget:

↘ Os indivíduos organizam o meio através de estruturas mentais – esquemas – que se modificam com o desenvolvimento mental e que se tornam cada vez mais refinadas à medida que a criança se torna mais apta a generalizar os estímulos.
O desenvolvimento dá-se através do equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação. O ser humano assimila os dados que obtém do exterior, mas uma vez que já tem uma estrutura mental que não está "vazia", precisa adaptar esses dados à estrutura mental já existente. O processo de modificação de si próprio é chamado de acomodação.



                 
Existem fatores que influenciam o desenvolvimento e são eles:
 1)     A hereditariedade influencia o desenvolvimento, mas é insuficiente para explicá-lo; a própria maturação está na dependência da atividade do sujeito.
2)    A experiência física é entendida como toda a experiência que resulta das ações realizadas materialmente.
3)    A transmissão social diz respeito ao fator da educação, que é fundamental mas não suficiente.
Para a transmissão ser possível entre o adulto e a criança ou entre o meio social e a criança a ser educada, é necessário que ela assimile o que o meio lhe quer transmitir.
4)    A equilibração é o fator essencial e determinante no desenvolvimento do sujeito neste processo de adaptação ao meio em que vive e caracteriza-se a por dois aspetos:
§  Equilibrar entre si os outros três fatores do desenvolvimento;
§  Equilibrar a descoberta de uma noção nova com outras já existentes nas possibilidades de entendimento da criança ou adulto.


↘O desenvolvimento intelectual faz-se por etapas sucessivas em que as estruturas intelectuais se desenvolvem progressivamente. Piaget chama a essas etapas estádios ou períodos que de seguida apresentamos.

Estádio sensório- motor (0 - 18/24 meses)
           
            A atividade cognitiva durante este estádio baseia-se, principalmente, na experiência imediata através dos sentidos em que há interação com o meio, esta é uma atividade prática. Na ausência de linguagem para designar as experiências e assim recordar os acontecimentos e ideias, as crianças ficam limitadas à experiência imediata, e assim veem e sentem o que está a acontecer, mas não têm forma de categorizar a sua experiência.




Estádio Pré-operatório (2 - 7 anos)


Neste estádio a criança ainda não consegue efetuar operações, mas já usa a inteligência e o pensamento. A grande aquisição deste estádio é a Função Simbólica que se manifesta através de:



  1. Animismo - A criança vai dar características humanas a seres inanimados. Este animismo vai desaparecendo progressivamente, aqui salienta-se a importância do papel do adulto, na medida que a partir sensivelmente dos cinco anos, não deve reforçar, mas sim atenuar o animismo.
  2. Realismo - A realidade é construída pela criança. Se no animismo ela dá vida às coisas, no realismo dá corpo, isto é, materializa as suas fantasias. Se sonhou que o lobo está no corredor, pode ter medo de sair do quarto 
  3. Finalismo - Existe uma relação entre o finalismo e a causalidade. A criança ao olhar o mundo tenta explicar o que vê, ela diz que se as coisas existem têm de ter uma finalidade, no entanto, esta ainda é muito egocêntrica. Tudo o que existe, existe para o bem essencial dela própria. Também aqui o adulto reforça o finalismo. Vai diminuindo progressivamente ao longo do estádio, apesar de persistir mais tempo que o animismo, devido às atitudes e respostas que os adultos dão às crianças.
  4. Artificialismo - É a explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos pelos seres humanos para lhes servir como todos os outros objetos (Ex: o sol foi aceso por um fósforo gigante; a praia tem  areia para nós brincarmos).
  5. Egocentrismo - É a tendência da criança ligar tudo que lhe acontece com os seus sentimentos e ações. É incapaz de compreender as coisas de outro ponto de vista que são seja o seu, toma o seu ponto de vista como o único.

Jogo - Para Piaget o jogo mais importante é o jogo simbólico onde predomina a assimilação (Ex: é o jogo do faz de conta, as crianças "brincam aos pais", "ás escolas", "aos médicos").
Desenho - Até aos dois anos a criança só faz riscos, sem qualquer sentido, porque, para ela, o desenho não tem qualquer significado, no entanto aos três anos já atribui significado ao desenho, fazendo riscos na horizontal, na vertical, espirais, círculos. Tem uma imagem mental depois de criar o desenho. Aos quatro anos a criança já é mais criativa e começa a perceber os seus desenhos e projeta no desenho o que sente.
Linguagem - A linguagem, neste período, começa a ser muito egocêntrica, pouco socializada, ou seja, a linguagem está centrada na própria criança. Ela não consegue destingir o ponto de vista próprio, do ponto de vista do outro e, por isso, revela uma certa confusão entre o pessoal e o social, o subjetivo e o objetivo.
Imagem e Pensamento - A imagem mental é o suporte para o pensamento. A criança possui imagens estáticas tendo dificuldade em dar-lhe dinamismo. O pensamento existe porque há imagem.
Este estádio, em que as crianças são sonhadoras, muito imaginativas e criativas, possui também as seguintes características:

Estádio das operações concretas (7 - 12 anos)
           
            Segundo Piaget é neste estádio que se reorganiza verdadeiramente o pensamento. É a partir deste estádio que as crianças começam a ver o mundo com mais realismo, deixam de confundir o real com a fantasia, adquirindo a capacidade de realizar operações. No entanto a criança tem de ter a noção da realidade concreta para que seja possível efetuar as operações. É nesta altura que a criança começa a ter noção dos conceitos de tempo e de número. O pensamento da criança apresenta também as características de reversibilidade e de associação, que lhe permitem interpretar eventos independentemente do seu arranjo actual.


Estádio das operações formais (11/12 - 15/16 anos)


            A transição para o estádio das operações formais é bastante evidente dadas as notáveis diferenças que surgem nas características do pensamento. O adolescente realiza raciocínios abstratos, não recorrendo ao contacto com a realidade. É nesta fase que o adolescente desenvolve a sua própria identidade, podendo haver, neste período problemas existenciais e dúvidas entre o certo e o errado. O adolescente pensa e formula hipóteses, estas capacidades vão permitir-lhe definir conceitos e valores, por exemplo estudar determinada disciplina, como a geometria descritiva e a filosofia. Predomina o egocentrismo cognitivo, pois o adolescente acredita ser capaz de resolver todos os problemas que aparecem, considerando as suas próprias conclusões como as mais corretas – crença na omnipotência da reflexão, como se o mundo se tivesse que submeter aos sistemas e não os sistemas à realidade.

Desenvolvimento Psicossexual segundo Freud


Segundo Freud, um dos grandes aspetos da realização do ser humano é a componente sexual. Defende por isso que a criança passa por várias fases e cada uma destas fases se associa a sensações de prazer ligadas a uma zona erógena específica. Entre os 0 e os 6 Anos, a criança passa por três estádios, oral, anal e fálico. Depois dos 6 anos, a criança passa ainda pelos estádios de latência e genital.

Estádio Oral (Do nascimento aos 12/18 meses)
ü  A boca é a principal fonte de prazer sexual para além de se prestar para satisfazer as necessidades alimentares;
ü  Nesta fase, tudo o que a criança é capaz de agarrar leva à boca, independentemente de ser alimento ou não;
ü  É através da boca que a criança contacta com o mundo, vivendo numa situação de indiferenciação eu-mundo. Não há distinção entre o “eu” e o “outro”;
ü  O primeiro objeto de amor é a mãe.

Estádio Anal (Dos 12/18 meses aos 3 anos);
ü  Durante o segundo ano de vida as crianças começam a desenvolver o controlo esfincteriano, verificando-se por parte dos pais a preocupação da criação de hábitos de higiene;
ü  Nesta fase a zona erógena centra-se na zona anal. Reter e expulsar fezes torna-se fonte de prazer;
ü  É também nesta fase que se começa a verificar separação entre o “eu” e o “outro”.

Estádio Fálico (Dos 3 aos 5/6 anos)
ü  Nesta fase, as crianças começam a descobrir o seu próprio corpo e também a explorá-lo;
ü  A zona de prazer desloca-se para os órgãos genitais, a criança obtém prazer ao tocar-lhes;
ü  O rapaz sente uma atracão especial pela mãe e desenvolve uma agressão competitiva relativamente ao pai. A rapariga sente-se atraída pelo pai, sentindo a mãe como um obstáculo à realização dos seus desejos. Estas situações foram designadas por Freud como “Complexo de Édipo” e “Complexo de Electra” respetivamente.

Estádio de Latência (Dos 5/6 anos à Puberdade)
ü  Após a vivência dos complexos e com um superego já formado, a criança entra numa fase de latência, ou seja, entra numa aparente atenuação da atividade sexual;
ü  Ocorre a amnésia infantil;
ü  A criança investe a sua energia nas atividades escolares, sociais e culturais.

Estádio de Genital (Da Puberdade à Adolescência)
ü  A partir da puberdade a zona erógena é a região genital;
ü  A adolescência vai reativar a sexualidade genital que esteve adormecida durante o período anterior;
ü  O adolescente vai reativar o seu complexo de Édipo e poderá assim fazer escolhas sexuais fora do mundo familiar, bem como adaptar-se a um conjunto de exigências socioculturais;
ü  O prazer sexual envolve todo o corpo.




Desenvolvimento Psicossexual segundo Freud
Estádio
Idade
Fonte de Prazer
Conflito
Oral
Do nascimento aos 12/18 meses
Boca, lábios e língua.
Mamar, comer e morder
Desmame
Anal
Dos 12/18 meses aos 3 anos
Ânus.
Reter, expulsar, controlar.
Asseio.
Treino da higiene
Fálico
Dos 3 aos 5/6 anos
Órgãos genitais.
Explorar o próprio corpo e o dos outros.
Tocar nos órgãos genitais.
Complexo Édipo/Electra
Latência
Dos 5/6 anos aos 12/13 anos
Ausência de interesses sexuais.
Curiosidade Intelectual e relacionamento social
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Genital
Depois da puberdade
Contactos sexuais com outras pessoas
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Desenvolvimento físico na adolescência

Adolescência:
  • Crescer ou desenvolver-se até à maturidade;
  • Deixou de ser um conceito puramente biológico e passou a ter, sobretudo, uma conotação psicossocial;
  • Fase crítica no processo evolutivo em que o indivíduo é chamado a fazer importantes ajustamentos de ordem pessoal e de ordem social;

São muitas e profundas as mudanças fisiológicas e estruturais que ocorrem no corpo das raparigas e dos rapazes adolescentes como se pode ver na seguinte figura:

Estas mudanças são progressivas, desenvolvendo-se durante três ou quatro anos. Verificam-se, em geral, entre os 12 e os 15 anos nas raparigas, e entre os 13 e os 16 nos rapazes. Durante este período, os órgãos genitais e todo o organismo transformam-se. A criança torna-se adolescente e depois adulto com a capacidade de se reproduzir.


Quando o desenvolvimento destas mudanças características da adolescência não ocorre de maneira normal ou no período que se espera, podem surgir alguns problemas específicos:

Raparigas:
·         Reação à menarca (primeira menstruação muito cedo);
·         Desenvolvimento e tamanho dos seios.



Rapazes:



  •   Maturação tardia (rapazes com maturação tardia tendem a ser mais baixos, mais fracos e consequentemente piores atletas);
  •   Tamanho do pénis (masculinidade é posta em causa).


Implicações…
Existem também algumas diferenças de personalidade entre adolescentes com maturação precoce e maturação tardia, como por exemplo o facto de os rapazes com maturação precoce se sentirem mais autoconfiantes do que os com maturação tardia. As diferenças de personalidade entre adolescentes com maturação precoce e maturação tardia devem-se em grande parte à forma como são tratados. Por exemplo se os pais e professores olharem para a maturação precoce/tardia como uma característica negativa, os adolescentes com maturação precoce/tardia podem ser afetados negativamente.

Desta forma é importante ajudar a desenvolver a confiança dos rapazes com maturação tardia e dar um apoio especial às raparigas com maturação precoce.

Ao nível da educação, os professores devem ajudar os alunos a sentirem-se apoiados e menos preocupados com o seu crescimento físico, emocional e sexual.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Desenvolvimento Motor e Sensorial no Bebé

Desenvolvimento motor:


 - O desenvolvimento é um processo contínuo que começa com a vida, isto é, na concepção, e a acompanha, sendo agente de modificações e aquisições. A sequência do desenvolvimento no período pré-natal (antes do nascimento) é fixa e invariável.
- A cabeça, os olhos, o tronco, os braços, as pernas, os órgãos genitais e os órgãos internos desenvolvem-se na mesma ordem, e aproximadamente nas mesmas idades pré-natais em todos os fetos, ou seja, o crescimento e as mudanças no comportamento são ordenados e, na maior parte das vezes, ocorrem em sequências invariáveis (ex: todos os fetos podem mover a cabeça antes de poderem abrir as mãos);
- Quando nasce, a cabeça do bebé representa ¼ do comprimento total;
- O peso é muito variável e está na dependência do estado socioeconómico e nutricional da mãe;
- Os meninos têm geralmente um peso 4% superior ao das meninas;
- Os recém-nascidos de uma forma geral, que nascem com baixo peso conseguem aproximar-se das curvas de crescimento dos recém-nascidos normais, mas não igualá-los;
- Todas as crianças conseguem sentar-se antes de ficar de pé, ficar de pé antes de andar e desenham um círculo antes de poderem desenhar um quadrado;
- Todos os bebés passam pela mesma sequência de estádios no desenvolvimento da linguagem: balbuciam antes de falar, pronunciam certos sons antes de outros e formam frases simples antes de pronunciarem frases complexas.
- Existe uma sequência na aprendizagem das capacidades motoras, a idade pode mudar ligeiramente, mas a sequência é a mesma para todas as crianças, cada uma delas passa por cada estádio de desenvolvimento sensivelmente na mesma idade.


Exemplos:
 - Os bebés seguram a cabeça antes de se sentarem sem apoio;
 - Sentam-se antes de gatinharem;
 - Gatinham antes de andarem. 




  


O desenvolvimento é padronizado e contínuo mas nem sempre uniforme e gradual. Há períodos de crescimento físico muito rápido (surtos do crescimento) e de incrementos extraordinários nas capacidades psicológicas.
Por exemplo:
 - A altura do bebé e o seu peso aumentam enormemente durante o primeiro ano, e os pré-adolescentes e adolescentes também crescem de modo extremamente rápido;
- Os órgãos genitais desenvolvem-se muito lentamente durante a infância, mas de modo muito rápido durante a adolescência;
- Durante o período pré-escolar, ocorrem rápidos aumentos no vocabulário e nas habilidades motoras e, por volta da adolescência, a capacidade individual para resolver problemas lógicos apresenta um progresso notável.


O Desenvolvimento Sensorial (Visão, Audição, Olfacto, Paladar e Tacto) não segue os mesmos padrões para os cinco sentidos no recém-nascido. Vejamos como cada capacidade tem um “tempo” específico para se desenvolver:

1) Visão
- O bebé vê desde que nasce, no entanto a sua visão vai-se desenvolvendo aos poucos;
- Quando nasce a visão é meio embaçada, mas ele distingue luz, formas e movimento;
- O recém-nascido só vê bem a uma distância de 20 a 30 centímetros - ideal para perceber com clareza o rosto da pessoa que o carrega ao colo (mãe – coisa mais importante do mundo do bebé);
- Entre os 2 e os 4 meses de idade, as diferenças entre as cores vão ficando mais claras, e o bebé começa a distinguir tons semelhantes;
- Por volta dos 6 a 8 meses de idade ele vê o mundo quase tão bem quanto um adulto;
- A cor dos olhos da criança está próxima da sua cor definitiva.



2) Audição
- A audição está funcional mesmo antes do nascimento pois o feto responde a sons e parece aprender a reconhecê-los (ex: sons da fala, ruídos do meio externo, da natureza);
- o bebé com 3 dias de vida é capaz de distinguir a voz da sua mãe da voz de uma pessoa desconhecida e prefere a sua língua materna;
- O reconhecimento precoce das vozes e da linguagem ouvida no útero poderá ser visto como um mecanismo precoce da relação pais - criança;
- Comparativamente aos adultos, a acuidade auditiva de um recém-nascido é bastante mais apurada do que a sua acuidade visual;
- Ao ouvir determinado som, o recém-nascido volta a cabeça na sua direcção, o que indica a capacidade de localizar estímulos auditivos (fonte sonora) pouco depois do seu nascimento.

3) Olfacto
- O sistema olfactivo aperfeiçoa-se muito rapidamente logo nos primeiros dias e semanas de vida;
- O recém-nascido é capaz de localizar a proveniência dos odores e distingui-los;
- Bebés com 6 dias de vida, que estejam a ser amamentados, demonstram preferências por compressas com o odor do seio da sua mãe, em comparação com o de outra mulher que esteja a amamentar, embora tal facto não se verifique em bebés com apenas dois dias de vida, sugerindo, assim, que os bebés precisam da experiência de alguns dias para aprenderem a conhecer o odor das suas mães. Os bebés que são alimentados a biberão não são capazes de efectuar esta distinção.



Numa perspectiva evolucionista, o reconhecimento e a preferência pelo odor do seio da própria mãe poderá ter sido um mecanismo de sobrevivência. As mães e outros membros da família também são capazes de identificar o odor do seu bebé, o que sugere que o sentido do olfacto pode contribuir para o reconhecimento do parentesco.



4) Paladar
- O paladar é o sentido mais apurado à nascença, pois os bebés têm-se mostrado capazes de distinguir o sabor doce do amargo;
- Quanto mais doce for o líquido, mais forte é a sucção e mais líquido o bebé ingere (preferência pelo doce);
- O leite materno é bastante doce, tal como os alimentos, legumes e frutos que desde cedo passam a fazer parte da dieta alimentar do bebé;
- As respostas de rejeição do bebé face a sabores amargos, são provavelmente um mecanismo de sobrevivência na medida em que muitas das substâncias amargas são tóxicas.

5) Tacto
- Os sentidos cutâneos responsáveis pela sensibilidade ao tacto, à pressão, à dor e à temperatura, estão funcionais desde o momento do nascimento, embora a sensibilidade cutânea aumente durante os primeiros dias e semanas após o nascimento;
- Os recém-nascidos são também sensíveis ao ritmo (ao embalar, a palmadinhas no rabo).

 Como futuros professores e treinadores, sempre que estivermos envolvidos em actividades com recém-nascidos (ex: natação para bebés) devemos ter em conta as capacidades que o bebé já tem desenvolvido em função da idade e verificá-las, uma vez que o desenvolvimento de cada bebé segue a mesma sequência mas a idade pode variar um pouco em função da maturidade que o bebé já tiver, que por sua vez depende muito dos estímulos que lhe forem dados no dia-a-dia pelos pais, educadores e pelo meio.
Um exemplo prático são as aulas de Natação para bebés:

- A natação para bebés além de melhorar a coordenação motora, proporciona noções de espaço e tempo, prepara a criança psicologicamente e neurologicamente para o auto-salvamento, estimula o apetite, aumenta a resistência cardio-respiratória e muscular, tranquiliza o sono e também previne várias doenças respiratórias;
- Um dos momentos mais importantes na natação é o exercício constante que se faz com os pais. É a inteligência emocional que através de atividades específicas, faz uma aproximação entre todos os bebês, os seus familiares e o professor. Esse contato é de extrema importância para o desenvolvimento afetivo, já que sabe-se que o controle emocional é basicamente formando aos dois anos de idade.



Segue um quadro resumo do desenvolvimento sensorial e motor do recém-nascido durante o primeiro ano de vida:

Desenvolvimentos Sensoriais e Motores
1º mês
2º mês
3º mês
4º mês
Observa os objectos mas não os tenta agarrar; Coordena os movimentos laterais dos olhos; Reage às sensações positivas ou negativas, acalmando-se ou chorando; Reage à voz das pessoas que falam com ele.
Começa a observar tudo o que os rodeia; Vocaliza, respondendo aos estímulos agradáveis; Assusta-se quando ouve barulhos inesperados; Prefere objectos de cores brilhantes; Melhora o seu tónus muscular.
Observa os seus dedos, seguindo os seus movimentos; Pode suster um brinquedo com a mão; Persegue com a cabeça, qualquer objecto que lhe coloquem à frente; Pára de chuchar para escutar um barulho e vira a cabeça para o sitio de onde vem o som.
Quando gira a cabeça, está em condições de coordenar o movimento dos olhos; Adapta a vista a diferentes distâncias; Fica tranquilo com música; Consegue apanhar objectos, inclusive pequenos; Segue o movimento dos objectos e a direcção dos sons.
5º mês
6º mês
7º mês
8º mês
Agarra os objectos de forma decidida; Se lhe dão uma roca, atira-a ao chão; Tenta agarrar com uma ou com as duas mãos tudo o que lhe interessa.
Deixa de chorar se ouve música; Está em condições de manejar objectos; Segura um brinquedo com uma mão, agarra outro e ainda observa um terceiro; Brinca com a comida e manipula-a com muita animação.
Explora o seu próprio corpo com as mãos; Consegue suster um objecto diferente em cada mão; Gosta de brincar com brinquedos barulhentos, mostrando-se contente com o ruído.
Consegue apanhar objectos mais pequenos, sustendo-os entre o polegar e o indicador; Diz adeus e bate palmas; Aponta para o que lhe interessa; Consegue agarrar coisas com os dedos polegar, indicador e médio.
9º mês
10º mês
11º mês
12º mês
Agarra, por si, o biberão para beber; Pode erguer uma torre de legos; Agrada-lhe bastante tocar tambor; Consegue achar objectos escondidos; Se tem as mãos ocupadas, deixa cair um brinquedo para apanhar outro.
Distingue objectos, examinando-os mais atentamente; Brinca com objectos de encaixe simples; Quando ouve música, reage cantando ou dançando; Consegue suster dois objectos com uma só mão.
Já leva a colher à boca; Utiliza diferentes caixas para introduzir ou retirar objectos; Observa as páginas de um livro; Consegue descalçar os sapatos; Enfia argolas num bastão.
Gosta de brinquedos muito ruidosos; Desmonta e volta a montar objectos.