domingo, 3 de junho de 2012

Teoria Psicossocial de Erikson

Erikson apresenta uma teoria de desenvolvimento psicossocial com os seguintes pressupostos:


   A energia que orienta o desenvolvimento é essencialmente de natureza psicossocial, ou seja, valoriza a interação entre a personalidade e o meio social;
   O desenvolvimento é um processo contínuo que se inicia com o nascimento e se prolonga até ao final da vida;
   Em cada estádio manifesta-se uma crise que consiste num conflito que deve ser resolvido, sendo que existe uma solução positiva e negativa;
   As crises são resolvidas de forma positiva-> equilíbrio e saúde mental e aquisição de uma virtude;
    As crises são resolvidas de forma negativa -> desajustamento e sentimento de fracasso;
   Conceito de virtude: ganho psicológico emocional e social que se pode traduzir por um valor, característica de personalidade, competência, qualidade pessoal ou por um sentimento.


Os estádios de desenvolvimento


Erikson defende que o desenvolvimento psicossocial evolui em oito estádios, sendo que cada estádio tem em conta aspetos biológicos, individuais e sociais.
Como podem ver no quadro seguinte os primeiros quatro estádios decorrem no período de bebé e da infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice. A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estádios, e o sentido desta negociado na adolescência evolui e influencia os últimos três estádios.

Erikson dá importância ao período da adolescência, devido ao facto de ser a transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos relevantes para a personalidade adulta.

Cada estádio contribui para a formação da personalidade, sendo por isso todos importantes mesmo depois de passar por eles. Como cada criança tem um ritmo cronológico específico, não se deve atribuir uma duração exata a cada estádio.

O quadro seguinte resume os oito estádios de desenvolvimento psicossocial, a idade aproximada pela qual o individuo passa por cada estádio, bem como a crise que se vive e as duas vertentes possíveis na resolução dessa crise. Salienta também as várias virtudes que se podem adquirir em cada estádio.




Como profissionais do desporto e, tendo em conta, que o nosso dia á dia passa por lidar com crianças e jovens temos de saber lidar com essas crianças e jovens tendo em atenção sempre o estádio de desenvolvimento onde estas se encontram e agir em conformidade com isso. Expomos seguidamente alguns exemplos disso:

ü  No primeiro estádio – confiança/desconfiança a criança adquire ou não uma segurança e confiança em relação a si próprio e em relação ao mundo que a rodeia, através da relação que tem com a mãe. Por isso quando lidarmos com recém-nascidos temos de ter a noção que a criança pode desenvolver medos, receios, sentimentos de desconfiança que poderão vir a refletir-se nas relações futuras;

ü   No segundo estádio – autonomia/ vergonha e dúvida a criança sente ainda necessidade de proteção, mas simultaneamente, gosta de experimentar. Por isso, sente-se bem ao exercitar e desenvolver as suas capacidades motoras: correr, puxar, empurrar, segurar, largar. Por isso devemos estimular a criança a fazer as coisas de forma autónoma, não sendo alvo de extrema rigidez para que a criança não fique com sentimentos de vergonha;
ü  No terceiro estádio – iniciativa/culpa a criança experimenta diferentes papéis nas brincadeiras em grupo, imita os adultos e tem uma preocupação com a aceitabilidade dos seus comportamentos, desenvolve capacidades motoras, de linguagem, pensamento, imaginação e curiosidade. Devemos por isso valorizar a sua iniciativa e nunca o contrário se não a criança vai sentir-se culpada e insegura;
ü  No quarto estádio – indústria/inferioridade a criança faz grandes aprendizagens, a nível académico e social desenvolvendo esquemas cognitivos para se tornar excelente nas tarefas desempenhadas. Quando a criança sente-se menos capaz do que os seus pares, sente-se inferior. Por outro lado se for bem-sucedida e acreditar nas suas capacidades e no seu valor pessoal, empenha-se comprazer no trabalho. Portanto, é importante que nós estejamos atentos ao sucesso da criança nas aulas e valorizá-lo agindo de forma a que a criança se sinta integrada na escola.
ü  No quinto estádio – identidade/confusão de identidade o adolescente precisa ter mais afetividade e não a encontra em casa, pelo que vai procura-la na escola, através dos grupos de amigos, ou mesmo nos professores. Neste sentido é importante a nossa presença pois é aqui que o adolescente adquire uma identidade psicossocial, identidade essa formada a partir dos outros que o rodeiam.

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