segunda-feira, 4 de junho de 2012

Atividade física no idoso


A actividade física é fundamental para uma vida saudável

Esta deve ser realizada assiduamente por todas as pessoas inclusive as pessoas de idade avançada porque só lhes traz benefícios, desde que esta prática seja bem orientada por pessoal especializado.

Como podem ver de seguida, apresentamos alguns benefícios que o idoso pode retirar da prática desportiva regular. Esses benefícios vão desde aspetos físicos, psicológicos, sociais e cognitivos.

Benefícios da actividade física no idoso:


  • Óptimo meio de socialização e de integração;
  • Preenche o tempo livre do idoso;
  • Contribui para a continuidade na formação;
  • Desenvolvimento da sua personalidade;
  • Melhoria e qualidade de vida à medida que se envelhece;
  • Estimula o organismo: à medida que idade avança, o organismo aceita facilmente o sedentarismo;
  • Melhoria de capacidades físicas;
  • Promoção e melhoria da auto-eficácia, autoconceito, auto-estima, humor, imagem corporal satisfação com a vida, felicidade e qualidade de vida em geral;
  • Melhoria das funções cognitivas;
  • MAIOR LONGEVIDADE.



No entanto é preciso ter em atenção que o exercício praticado não será o mesmo que um jovem pratica. Exercícios para a terceira idade são por exemplo pequenas caminhadas, hidroginástica, algumas aulas de ginástica ou mesmo aulas para pessoas da terceira idade adaptadas para tal. Poderão ver mais concretamente o leque de actividades que se podem fazer com os idosos no vídeo que no fim disponibilizamos.


Actualmente apenas 3% dos idosos é que praticam assiduamente uma actividade física e 60% não tem impedimentos para tal. Ou seja muitos idosos não praticam por sua opção, devido ao sedentarismo, aos maus hábitos, a depressões, ao isolamento, etc.

Mas então o fazer para que estas pessoas comecem a praticar exercício físico?

    Com esta idade as únicas pessoas que estes adultos especiais dão ouvidos são aos médicos. O médico pode dizer o que ele quiser que o utente vai realizar ainda no próprio dia. Logo se o médico diz que era conveniente a prática de exercício físico, essa pessoa vai começar a fazer algo, nem que seja umas caminhadas no final do dia. Depois se tiver mais interesse pode inscrever-se em aulas para terceira idade.



Nestas aulas o idoso vai encontrar outra motivação, talvez mais importante que a saúde, que é a interacção com outras pessoas da mesma idade, evitando o isolamento e incentivando o convívio social.





domingo, 3 de junho de 2012

O desenvolvimento moral segundo Kohlberg

          Apesar das suas limitações, o método que consistia em apresentar verbalmente a crianças e jovens dilemas morais continuou a ser posto em prática nos Estados Unidos por vários psicólogos, tendo sido especialmente utilizado por Kohlberg que o aplicou a uma faixa etária mais abrangente que a de Piaget e numa escala mais ambiciosa.
          Para Kohlberg, os princípios morais são sobretudo construções racionais do sujeito em interacção social. O autor defende que a moralidade é sobretudo um assunto da razão. A essência da moralidade reside no sentido de justiça e não tanto no respeito pelas normas sociais ou morais; tendo mais a ver com questões de igualdade e de reciprocidade nas relações humanas. Em síntese, a moralidade é o respeito pelos princípios morais que podem ser universalizáveis, ou seja, extensíveis a todos, sempre e em quaisquer circunstâncias.


Neste link, apresentamos os vários dilemas de Kohlber:


          Com base nestas questões e dilemas, Kohlberg postulou três níveis de raciocínio moral cada um deles subdividido em dois estádios, perfazendo um total de seis estádios. Kohlberg formulou a hipótese de que em todas as sociedades os indivíduos progrediriam ao longo destes estádios de forma sequencial (não “saltariam” estádios, nem regrediriam). Formulou igualmente a hipótese de que cada indivíduo se sentiria atraído pela forma de raciocínio imediatamente superior à sua na escala mas que não conseguiria compreender os raciocínios situados em mais de um estádio acima.
          Cada um dos três níveis (nível pré-convencionalnível convencional nível pós-convencional) reflecte uma determinada filosofia, ou orientação moral e um certo modo de distinguir, coordenar e hierarquizar diversas perspectivas ou valores em confronto. Cada um dos níveis, está dividido em dois estádios, sendo que o segundo estádio de cada nível é moralmente mais avançado que o anterior (mais próximo, do ponto de vista moral, racional, universal, de idade; cognitivamente mais complexo do anterior porque diferencia e integra perspectivas de um ponto de vista cada vez mais geral e abstracto).
          Na teoria de Kohlberg, é o raciocínio perante um dilema moral, que está subjacente à resposta de uma pessoa e não a resposta em si mesma que indica o estádio de desenvolvimento moral. Se o raciocínio se baseia em factores similares, duas pessoas, que dão respostas opostas, podem estar no mesmo estádio.

Teoria Psicossocial de Erikson

Erikson apresenta uma teoria de desenvolvimento psicossocial com os seguintes pressupostos:


   A energia que orienta o desenvolvimento é essencialmente de natureza psicossocial, ou seja, valoriza a interação entre a personalidade e o meio social;
   O desenvolvimento é um processo contínuo que se inicia com o nascimento e se prolonga até ao final da vida;
   Em cada estádio manifesta-se uma crise que consiste num conflito que deve ser resolvido, sendo que existe uma solução positiva e negativa;
   As crises são resolvidas de forma positiva-> equilíbrio e saúde mental e aquisição de uma virtude;
    As crises são resolvidas de forma negativa -> desajustamento e sentimento de fracasso;
   Conceito de virtude: ganho psicológico emocional e social que se pode traduzir por um valor, característica de personalidade, competência, qualidade pessoal ou por um sentimento.


Os estádios de desenvolvimento


Erikson defende que o desenvolvimento psicossocial evolui em oito estádios, sendo que cada estádio tem em conta aspetos biológicos, individuais e sociais.
Como podem ver no quadro seguinte os primeiros quatro estádios decorrem no período de bebé e da infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice. A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estádios, e o sentido desta negociado na adolescência evolui e influencia os últimos três estádios.

Erikson dá importância ao período da adolescência, devido ao facto de ser a transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos relevantes para a personalidade adulta.

Cada estádio contribui para a formação da personalidade, sendo por isso todos importantes mesmo depois de passar por eles. Como cada criança tem um ritmo cronológico específico, não se deve atribuir uma duração exata a cada estádio.

O quadro seguinte resume os oito estádios de desenvolvimento psicossocial, a idade aproximada pela qual o individuo passa por cada estádio, bem como a crise que se vive e as duas vertentes possíveis na resolução dessa crise. Salienta também as várias virtudes que se podem adquirir em cada estádio.




Como profissionais do desporto e, tendo em conta, que o nosso dia á dia passa por lidar com crianças e jovens temos de saber lidar com essas crianças e jovens tendo em atenção sempre o estádio de desenvolvimento onde estas se encontram e agir em conformidade com isso. Expomos seguidamente alguns exemplos disso:

ü  No primeiro estádio – confiança/desconfiança a criança adquire ou não uma segurança e confiança em relação a si próprio e em relação ao mundo que a rodeia, através da relação que tem com a mãe. Por isso quando lidarmos com recém-nascidos temos de ter a noção que a criança pode desenvolver medos, receios, sentimentos de desconfiança que poderão vir a refletir-se nas relações futuras;

ü   No segundo estádio – autonomia/ vergonha e dúvida a criança sente ainda necessidade de proteção, mas simultaneamente, gosta de experimentar. Por isso, sente-se bem ao exercitar e desenvolver as suas capacidades motoras: correr, puxar, empurrar, segurar, largar. Por isso devemos estimular a criança a fazer as coisas de forma autónoma, não sendo alvo de extrema rigidez para que a criança não fique com sentimentos de vergonha;
ü  No terceiro estádio – iniciativa/culpa a criança experimenta diferentes papéis nas brincadeiras em grupo, imita os adultos e tem uma preocupação com a aceitabilidade dos seus comportamentos, desenvolve capacidades motoras, de linguagem, pensamento, imaginação e curiosidade. Devemos por isso valorizar a sua iniciativa e nunca o contrário se não a criança vai sentir-se culpada e insegura;
ü  No quarto estádio – indústria/inferioridade a criança faz grandes aprendizagens, a nível académico e social desenvolvendo esquemas cognitivos para se tornar excelente nas tarefas desempenhadas. Quando a criança sente-se menos capaz do que os seus pares, sente-se inferior. Por outro lado se for bem-sucedida e acreditar nas suas capacidades e no seu valor pessoal, empenha-se comprazer no trabalho. Portanto, é importante que nós estejamos atentos ao sucesso da criança nas aulas e valorizá-lo agindo de forma a que a criança se sinta integrada na escola.
ü  No quinto estádio – identidade/confusão de identidade o adolescente precisa ter mais afetividade e não a encontra em casa, pelo que vai procura-la na escola, através dos grupos de amigos, ou mesmo nos professores. Neste sentido é importante a nossa presença pois é aqui que o adolescente adquire uma identidade psicossocial, identidade essa formada a partir dos outros que o rodeiam.